lunes, 26 de abril de 2010

Nueva revista sobre Historia Antigua y Oriente

Bajo la dirección de Francisco Caramelo, miembro del PAMES y profesor de la Universidade Nova de Lisboa, acaba de salir a la luz el primer número de la revista "Res Antiquitatis". Reproducimos a continución la editorial publicada en este primer número:

«Res Antiquitatis é o mais recente projecto editorial do Centro de História de Além-Mar, pretendendo afirmar-se como um espaço de reflexão e de debate sobre a antiguidade. O estudo e a investigação das várias antiguidades, desde as pré-clássicas e orientais até à clássica, constituem a motivação fundamental deste projecto, tanto pelo interesse científico intrínseco como pela convicção de que esta investigação pode constituir, de forma transversal, uma reflexão conceptual útil para o estudo de outras épocas e problemáticas históricas.

A Res Antiquitatis consiste num contributo para o desenvolvimento da investigação nas áreas da antiguidade em Portugal, pretendendo afirmar-se como uma revista aberta à produção científica de investigadores consagrados e de jovens investigadores. Procurará dar visibilidade à investigação que se faz no nosso país e, nesse sentido, terá como línguas principais de publicação o inglês e o francês. A internacionalização é fundamental para a afirmação da investigação portuguesa. A Res Antiquitatis contribuirá para essa internacionalização publicando em francês e em inglês os trabalhos de investigadores portugueses e estrangeiros, tornando-se assim um espaço comum de diálogo e de reflexão.

Conciliar a investigação sobre as antiguidades com a sua recepção e com as percepções dessas antiguidades, pré-clássicas, clássicas, bíblicas e orientais, latu sensu, em épocas posteriores, desde a própria antiguidade até à contemporaneidade, é o objectivo fundamental deste projecto. Essas percepções culturais testemunham uma reflexão sobre a alteridade, que se mostra interessante na consciência que uma sociedade e uma civilização vão construindo de si próprias. Exemplos dessas percepções poderão ser as expressões do Oriente que encontramos na cultura europeia do séc. XIX. Esse orientalismo manifesta-se na literatura, inclusive portuguesa, na pintura, na música e até na imprensa. Os sécs. XVI e XVII são, por outro lado, férteis em relatos de viajantes e de europeus errantes por terras do Oriente que vão descrevendo e reflectindo sobre o que vão observando e sobre os ecos e expressões dessas antiguidades. O epistolário jesuítico usa de forma recorrente as referências à antiguidade e em particular a figuras históricas da antiguidade clássica ou a personagens bíblicas como estereótipos com que operam a sua reflexão religiosa, social e política.

Os contactos mais estreitos e mais frequentes que a Europa moderna passou a ter com o Oriente deram lugar à curiosidade sobre o outro e sobre a antiguidade. Os viajantes europeus, e em particular vários portugueses, atravessaram por terra alguns destes territórios, designadamente do Médio Oriente, e observaram vestígios de antigas culturas.

Tomando como referência os autores clássicos e a própria Bíblia, estes viajantes indagaram e procuram identificar no terreno referências da antiguidade como a Babilónia e a Torre de Babel. A sua perplexidade relativamente à alteridade, ao exotismo daquilo que testemunhavam e também ao reconhecimento destes ecos da antiguidade, através da observação dos seus vestígios arqueológicos e históricos, levaram estes viajantes a escrever relatos essas viagens que reflectem as suas percepções culturais. Os relatos de viagens de portugueses e de espanhóis, a partir do séc. XVI, são testemunho dessa perplexidade na experiência da descoberta do outro. Transportam consigo uma consciência histórica da antiguidade, que lhes vem da Bíblia e da cultura clássica, que agora é posta à prova e confrontada com a experiência e com a observação directa.

A Res Antiquitatis, revista com uma periodicidade anual, afirma-se, deste modo, como um projecto inovador no panorama dos estudos da antiguidade em Portugal, aberta à comunidade académica e aos investigadores portugueses, mas também aos autores estrangeiros, e apostando claramente na qualidade e na circulação internacional da produção científica que acolhe.»
Francisco Caramelo.







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